Estado é o 4º com maior número de
escravistas – 30 ao todo –, só superado por Pará, Mato Grosso e Goiás; Santa
Luzia do Tide é o município maranhense com maior incidência de trabalho escravo
POR
OSWALDO VIVIANI
Divulgada
no dia 28 de dezembro de 2012 pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a
atualização do cadastro de empregadores brasileiros flagrados utilizando mão de
obra escrava mostra o Maranhão como o quarto estado com maior número de
escravistas – 30 ao todo (veja a relação completa nesta página). Em dezembro de
2011, o Maranhão aparecia na 'lista suja' do trabalho escravo com 22
empregadores – houve, portanto, um crescimento de oito nomes. Na liderança do
'ranking' nacional segue o Pará, com 71 nomes (aumento de 11 empregadores, em
relação ao fim de 2011). Mato Grosso vem no 2º posto, com 61 empregadores
listados (acréscimo de 42 nomes; tinha 19 na atualização de 2011). Goiás, com a
inclusão de 30 empregadores (tinha 19 em 2011), é o terceiro estado brasileiro
com mais escravistas (49 ao todo). A 'lista suja' do trabalho escravo conta
atualmente com 410 nomes.
O
município de Santa Luzia do Tide (a 294 quilômetros de São Luís) aparece na
lista com o maior número de ocorrências – oito no total. Na sequência, aparece
Açailândia, com sete empregadores; Bom Jesus das Selvas (3); Carutapera (2);
Bom Jardim (2); Peritoró (1); Maracaçumé (1); São João do Caru (1); Santa Inês
(1); Bela Vista do Maranhão (1); Governador Archer (1); Governador Edison Lobão
(1) e Codó (1).
A
maior parte das autuações do MTE – mais de 20 – ocorreu em fazendas de criação
de bovinos para corte e produção de leite. Carvoarias de Açailândia e
Governador Edison Lobão e fazendas de cultivo de milho de Bom Jesus das Selvas
e Santa Luzia também foram autuadas. Um total de 518 trabalhadores foi
libertado nos 30 locais relacionados no 'listão' maranhense do MTE.
Mantida
pelo MTE e pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República
(SDH/PR), a 'lista suja' do trabalho escravo é considerada uma das mais
importantes ferramentas na luta pela erradicação da escravidão contemporânea no
Brasil. A atualização de dezembro foi marcada pela reinserção da construtora
MRV, uma das maiores do país.
A
atualização evidencia a relação entre superexploração de trabalhadores,
violações de direitos e devastação ambiental. Chama a atenção o número de
inclusões de pecuaristas e de envolvidos na produção de carvão, dois setores em
que flagrantes de escravidão têm sido recorrentes nos últimos anos. Como nas
últimas atualizações, nesta também entraram políticos. A 'lista suja' completa
do país pode ser vista no portal http://www.reporterbrasil.org.br/
A
relação tem especial importância porque serve como parâmetro para bancos na
avaliação de empréstimos e financiamentos e para empresas na contratação de
fornecedores. As signatárias do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho
Escravo, acordo que reúne alguns dos principais grupos econômicos do país,
comprometem-se a não realizar transações econômicas com os empregadores que têm
o nome na relação.
O
nome de uma pessoa física ou jurídica é incluído na relação depois de concluído
o processo administrativo referente à fiscalização dos auditores do governo
federal e permanece na lista por pelo menos dois anos. Após esse período, o
empregador sai da relação se garantir que regularizou os problemas e quitou
suas pendências com o governo e os trabalhadores.
(Com
site Repórter Brasil)
EMPREGADORES DO MARANHÃO NA
'LISTA SUJA' DO TRABALHO ESCRAVO*
1. AB de Carvalho (Fazenda
Nativa 3; Santa Luzia do Tide)2. Adailto Dantas de Cerqueira (Fazenda São Jorge; Santa Luzia do Tide)
3. Agenor Batista dos Santos (Fazenda União; Açailândia)
4. Alcides Reinaldo Gava (Fazendas Reunidas São Marcos e São Bento; Carutapera)
5. Alsis Ramos Sobrinho (Carvoaria do Alsis; Açailândia)
6. Antônio Aprígio da Rocha (Fazenda Barro Branco; Santa Luzia do Tide)
7. Antônio Barbosa Passos (Fazenda Reluz; Bom Jesus das Selvas)
8. Antônio das Graças Almeida Murta (Fazenda Lagoinha, na BR-222; Açailândia)
9. Antônio das Graças Almeida Murta (Fazenda Lagoinha, na Rua Rio Grande; Açailândia)
10. Antônio Erisvaldo Sousa Silva (Fazenda Pampulha; Açailândia)
11. Antônio Fernandes Camilo Filho (Fazenda Lagoinha, na BR-222; Bom Jesus das Selvas)
12. Antonio Fernandes Camilo Filho (Fazenda Lagoinha, na Zona Rural; Bom Jesus das Selvas)
13. Antônio Gonçalves de Oliveira (Fazenda União; Carutapera)
14. Antônio Vieira Fortaleza (Fazenda Boa Esperança; Bom Jardim)
15. Elizeu Sousa da Silva (Fazenda Santo Antonio; Açailândia)
16. Esperança Agropecuária e Indústria Ltda (Fazenda Entre Rios; Maracaçumé)
17. Francisco Costa da Silva (Fazendas Asa Branca 1 e 2; São João do Caru)
18. Francisco Gil Cruz Alencar (Fazenda Coronel Gil Alencar (Gilrassic Park); Santa Inês)
19. João Feitosa de Macedo (Fazenda J. Macedo; Bela Vista do Maranhão)
20. José Celso do Nascimento Oliveira (Fazenda Planalto 2; Santa Luzia do Tide)
21. José Edinaldo Costa (Fazenda Palmeiras; Santa Luzia do Tide)
22. José Egídio Quintal (Fazenda Redenção; Açailândia)
23. José Rolim Filho (Fazendas São Raimundo e São José; Peritoró)
24. Lidenor de Freitas Façanha Júnior (Fazenda Maria de Jesus; Governador Archer)
25. Max Neves Cangussu (Fazenda Cangussu; Bom Jardim)
26. Nyedja Rejane Tavares Lima (Fazenda Thâmia; Santa Luzia do Tide)
27. Ramilton Luís Duarte Costa (Fazenda Terra Bela; Governador Edison Lobão)
28. Roberto Barbosa de Souza (Fazenda Barbosa; Santa Luzia do Tide)
29. Rui Carlos Dias Alves da Silva (Fazendas Agranos/Sanganhá/Pajeú; Codó)
30. Vilson de Araújo Fontes (Fazenda Cabana da Serra; Santa Luzia do Tide)
(*) Atualizada em 28/12/2012; Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)
Fonte: http://www.jornalpequeno.com.br/2013/1/6/maranhao-tem-30-empregadores-na-lista-suja-do-trabalho-escravo-241198.htm
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